Um triste e simbólico caso de resgate de uma mulher idosa de 77 anos que estava sem se alimentar há alguns dias, no Jardim Piatã, começa a ser solucionado com a adoção de uma parte dos cães e gatos que viviam em condições precárias de higiene e saúde. Cerca de 30 felinos e filhotes morreram e serviram de alimento para os animais mais fortes.
Juntar as peças desse registro acompanhado pela Secretaria Municipal de Assistência Social e pela vereadora Fernanda Moreno, fundadora da ONG Fera, ainda é tarefa difícil porque a vítima, uma mulher de 77 anos, encontra-se internada no Hospital das Clínicas Luzia de Pinho Melo.
Pelo que se sabe, segundo conta Fernanda, a partir de depoimentos de vizinhos, essa idosa vivia com o filho, falecido dois meses atrás, em condições semelhantes à da mãe: subnutrido e doente. Depois desse período, com a saúde debilitada, a mulher não conseguiu mais sair da cama, até ser resgatada pelo Samu, há duas semanas.
Os vizinhos relatam que tiveram muitas dificuldades para conseguir o resgate. O primeiro chamado aconteceu em uma quarta-feira quando uma equipe do Samu foi ao local, e como não havia um responsável, a mulher não foi levada para o hospital. Isso ocorreu apenas dois dias depois.
Durante uma visita à casa da idosa, a vereadora encontrou cerca de 30 animais, sendo alguns gatos e filhotes de cachorro já mortos e outros em estado debilitado.
Três cães faleceram, um filhote e dois gatos foram levados pelo Centro de Controle de Zoonoses de Mogi das Cruzes, três cães estão em um serviço de acolhimento, e quatro outros foram adotados por pessoas da cidade.
Vizinhos levavam a ração na casa até a última quinta-feira, quando Fernanda voltou ao local para retirar os cães para adoção.
Naquele dia, dois animais foram encontrados mortos. “´Mesmo com a ração, eles estavam em uma situação de estresse. Não podemos imaginar o que eles realmente passaram ali dentro”, relata a vereadora.
“Os demais gatos não conseguimos retirar da casa, e pedi à Prefeitura, que levasse a gatoneira, porque a retirada deles é mais complexa”, comenta a vereadora, admitindo ter sido esse resgate um dos mais sensíveis entre os acompanhados por ela.
O abandono da moradora – que, já se sabe, possui irmãs que passaram a acompanhar o caso, após a intervenção do poder público – e a situação dos pets demonstraram falhas na gestão desse tipo de situação pelo poder público.
“Temos vários aspectos. Um deles é a falta de família e da proteção dos órgãos do poder público”, admite a vereadora.
Ela confirma, ainda, que a Secretaria Municipal de Assistência Social tem uma grande demanda para assistir idosos e “poucos funcionários para atender a todos”.
“No caso da criança, os Conselhos Tutelares e outras entidades são acionados e conseguem responder mais rapidamente. No caso do idoso, não”, denuncia.
Síndrome de Diógenes
Mogi das Cruzes começou a implantar uma rede de atenção formada por secretarias, entidades e órgãos para atender casos de Síndrome de Diógenes, um transformo identificado em pessoas que colecionam objetos e animais.
Um decreto municipal na gestão passada aprovou a criação dessa rede para tratar desse assunto. O problema é que, com a pandemia, e a troca de governo, o trabalho após as primeiras reuniões foi interrompido.
O caso do Jardim Piatão poderá servir para realinhar essa atuação. Fernanda afirma que há déficits antigos, como a falta de psiquiatra para atender toda a cidade, “mas, isso não pode ser justificativa para um abandono como esse”, opina.
Ela destaca que o poder público deve, sobretudo, orientar e treinar os servidores de áreas como a da Saúde e Segurança Pública.
“Temos setores como a Vigilância Sanitária, Zoonoses e Assistência Social que precisam trocar informações, unificar os protocolos”, comenta.
Um atendimento correto poderia ter reduzido o período de espera por assistência no caso dessa moradora.
Fernanda também cobra a responsabilidade da sociedade. “Muitas vezes, um cachorro que a pessoa encontra é levado para essas cuidadoras que já possuem dez, 20 animais, e essa responsabilidade não pode ser jogada apenas nas mãos de alguns poucos”, lembra, destacando que nem todas os cuidadores são acumuladores. “Há os que cuidam e amam os animais, e os que chegam a situações de descontrole, como parece ser esse o caso. Encontramos carteiras de vacinação antigas na casa dessa senhora, ou seja, durante um tempo, ela conseguiu cuidar dos animais”.
Os animais encontrados não eram castrados, o que favoreceu o aumento dos filhotes.
Rede de apoio
Além de pessoas que vão apadrinhar os cães que ficarão em casas adequadas (hotel para pets), especialmente os mais idosos, a ONG Fera contou com a ajuda de veterinários e clínicas parceiras para o atendimento. Cerca de R$ 3 mil já foram gastos. Quem quiser conhecer o trabalho e auxiliar pode entrar em contato pelas redes sociais da ong.
A Ouvidoria da Prefeitura, pelo telefone 156, deve ser acionada para denúncias de casos que extrapolem a normalidade na atenção a pets.
Por Eliane José
Divulgação/ONG Fera
Fonte: O Diário
Programa Mundo Animal na rádio Mares do Sul 87,9 de Marechal Deodoro Alagoas das oito as nove aos sábados.” Quem não ama os animais jamais vai amar o semelhante”.
Colaboradores do programa Mundo Animal ano XXI:
Consultório veterinário dr Marcelo Lins 99981 5415
@defesaanimalemacao
Comissão do Bem Estar Animal da OAB Alagoas- presidente dra Rosana Jambo
Mondo Pet av. d. Constança 354 Jatiuca Clinshopmaceio 99675 8715
Vereadora Teca Nelma ( vegetariana )